Eu queria contribuir 1 tiquinho sobre a polêmica dõTerra ser ou não pirâmide. E vou começar falando de Mary Kay. O modelo de negócios que vende e indica novos consultores é antigo. E a maior parte das empresas que trabalham com isso têm em sua base mulheres trabalhando. Por quê?

Eu fui consultora da Mary Kay por alguns bons anos, mas por dois períods diferentes. Na 1a vez em que me cadastrei, fiz pelos motivos errados. Ora, existem motivos errados? Sim! Quando você não entende os pilares do negócio. No caso da MK, o principal é a Regra de Ouro.

Para a cultura da MK é inadmissível que uma consultora venda/cadastre cliente de outra colega. E eu posso garantir que quem quebra essa regra não vai pra frente no negócio. Porque existe uma cultura de comunidade. Quem entende, faz parte. Mas quem não entende, não permanece.

Outra coisa MUITO importante é a intenção por trás do cadastro. Alguém que só cadastra pessoas por cadastrar, para subir de nível forçadamente, acaba cavando a própria cova e quando cai, é sozinho(a), pq a equipe fica para a consultora superior.

Eu VI e fiz parte de uma equipe que era fachada. Sabe o que rolo? O negócio da "diretora" desmoronou, porque as consultoras da base não eram reais, não vendiam, não acreditavam no negócio. E, quando a coisa apertou e o estoque dela atingiu a casa dos milhares, tudo ruiu.

Eu saí antes do barco afundar. Aliás, a minha saída foi o prenúncio. Porque, apesar de não cadastrar ngm, eu até vendia bem. Só fazia pedido de produtos vendidos. Mas tive alguns dissabores com recebimentos e, como eu tinha voltado a trabalhar, resolvi encerrar ali.

Anos depois, uma amiga estava envolvida até a alma com a MK. Ela amava o negócio e os produtos, era uma consultora nata, mas fez péssimas escolhas e isso a prejudicou muito financeiramente. Entrei novamente pra aproveitar promoções e tbm ajudá-la.

O negócio MK não é sobre a consultora, mas sim sobre ajudar outras mulheres. É sobre viver o negócio, ver que aquilo te trouxe benefícios reais e querer enriquecer a vida de outras pessoas, tbm. É sobre fazer o bem. Essa era a visão da Mary Kay, a mulher.

Ter contato com esse lado humano do mundo MK me fez mudar a visão sobre esse tipo de modelo de negócios. Tem gente que faz tudo errado e ainda assim de dá bem? Ah, mas é claro que sim! Só que não é sobre isso. Contada minha história, voltemos à dõTerra.

Pelo que pude conhecer, a filosofia é BEM semelhante. Ah, mas então por que tem TANTA gente se dando mal? Simples: não tá fazendo pelos motivos certos que são basicamente acreditar (e não no sentido milagroso) no produto e querer ajudar pessoas (sejam cadastrados ou clientes).

Entraram por modismo ou por querer algo fácil. Mas deixa eu te contar: todo produto de venda direta, precisa... (tcharãn!) GOSTAR DE VENDER. E, nesses casos, tem que gostar de vender coisas específicas. E não vender por vender, mas amar e cobsumir a marca, vestir a camisa, MESMO.

"Ah, mas as pessoas estão vendendo como se fosse substituir remédio". Sinceramente, eu não conheci UM consultor sério (que correponde a tudo que eu falei acima) da dõTerra que faça isso. Sempre é tratamento auxiliar e/ou alívio de sintomas.

Aqui em casa, mesmo, eu não fico sem o Breathe, que é um mix de óleos que favorecem a questão respiratória e DE FATO usar nas crianças alivia tosse e ajuda a desobstruir as vias aéreas. Uso em mim, também, e funciona. Agora, aromaterapia é tratamento auxiliar, sim, claro que é.

Enfim... É golpe/pirâmide? Não foi concebido pra ser, gente. Mas OBVIAMENTE muitas pessoas fazem dessa forma, porque o ser humano é MAU. A gente só precisa aprender a separar um do outro. E não colocar bons e ruins num só balaio e jogar na fogueira.

Espero ter contribuído com um pouco de clareza pra essa questão. Eu não sou consultora dõTerra e já tenho representante. Obrigada!

Ah, faltou responder o porquê a base principal desse negócios são mulheres... Muitas estão em seu lar, cuidando da casa, dos filhos, etc. Mulheres que não podem dedicar horas fora. A ideia então é que você vende para a vizinha, a amiga, a parente, complementando a renda familiar.