O ECONOMISTA LIBERAL INFILTRADO
Muitas pessoas conhecem Marcos Lisboa pela presidência do Insper. Mas Lisboa tem uma participação fundamental nas eleições de 2002.
Os principais candidatos a presidente eram: Lula (PT), José Serra (PSDB), Garotinho (PSB) e Ciro Gomes (PPS).
Em 2002, Ciro Gomes procurou José Alexandre Scheinkman para construir uma agenda na economia.
Scheinkman é um dos economistas de maior impacto na comunidade acadêmica internacional. Na época, era professor de Princeton.
Scheinkman aceitou e contatou Marcos Lisboa.
Marcos disse que gostaria de elaborar um documento com diagnósticos sobre os problemas brasileiros e propostas de políticas.
Com uma condição: gostaria que esse documento fosse distribuído aos assessores econômicos de TODOS os candidatos a presidente.
Esse documento se chamaria “A Agenda Perdida: diagnósticos e propostas para a retomada do crescimento com maior justiça social”.
A Agenda Perdida seria coordenada e escrita por Scheinkman e Lisboa com base em trabalhos e discussões com outros 17 economistas.
Lisboa concluiu seu Ph.D. em economia pela Universidade da Pensilvânia em 1996 e foi contratado como professor pesquisador pela Universidade de Stanford.
Essa é uma proeza de poucos. Tipicamente, a cada ano, as universidades formam uns 15 PhDs em economia e contratam 1 ou 2.
Após alguns anos em Stanford, Marcos resolveu voltar ao Brasil. Quando Scheinkman o chamou, em 2002, era professor da FGV no RJ.
Lisboa é um economista liberal com uma visão moderna da economia baseada em dados e evidências.
A Agenda Perdida ecoava essa visão liberal.
Em particular, a Agenda Perdida mostrava a necessidade de:
- Melhorar o ambiente de negócios
- Diminuir o custo de abrir e fechar empresas
- Reduzir as distorções setoriais causadas por impostos
- Abertura do comércio internacional
- Reformar o mercado de crédito
Mas os planos do PT para a presidência tinham uma visão da economia COMPLETAMENTE DIFERENTE.
Enquanto a Agenda Perdida propunha desatar as amarras que atrapalhavam os empreendedores, as resoluções do Encontro Nacional do PT em 2001 tinham como objetivo “DERROTAR O LIBERALISMO.
Lula venceria a eleição e nomearia o médico e deputado eleito pelo PT Antonio Palocci como Ministro da Fazenda.
Contudo, as ideias dos economistas do PT sobre a economia NÃO entrariam no Ministério.
Para a Secretaria de Política Econômica, Palocci chamaria ele: Marcos Lisboa.
Marcos, o economista liberal, era o oposto das ideias dos economistas “de esquerda”.
Mas era a sua agenda que Palocci buscava trazer para a Economia.
Isso mudou os rumos da economia do país.
Será que haverá um novo Marcos Lisboa no Governo eleito Lula? Esperamos que sim!
[Essa história está no livro A Riqueza das Nações do Século XXI de Bernardo Guimarães. Economista Pesquisador da EESP/FGV]
Esse livro é excelente e recomendo a leitura.
Documento na íntegra.
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